Pelo redesenho das ruas

Quando eu estive em Porto Alegre em março passado, de férias, andando de bicicleta pela primera vez na cidade depois de seis anos morando fora, o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de motoristas que ultrapassavam os limites de velocidade estabelecidos pela autoridade de transporte municipal.

Cheguei a pensar em sugerir como pauta para algum jornal que um repórter fosse para a rua com um radar móvel para averiguar os índices de ayrtonsennismo nas ruas da nossa capital. Pra mim era claro que mais de 25% dos carros andavam em desacordo com as regras. Acabou que eu não sugeri nada e faltou ciência à minha observação.

Até agora.

Eis que me deparo essa semana com a seguinte notícia: “Em apenas 3 horas, 291 veículos são multados em trecho liberado da Av. Beira-Rio”. Isso dá um carro a cada 40 segundos.

A resposta exata de quantos motoristas desrespeitam os limites de velocidade em Porto Alegre não veio, mas confirma-se o que eu suspeitava: são muitos. Isso que uma quantia considerável dos motoristas não foram multados por “respeitarem” os limites, por que sabiam de antemão a localização do radar, informados pelo twitter.

Multa é uma solução simples e correta. Mas tem mais – é preciso desestimular a velocidade na cidade. Não através penalidades financeiras apenas ou de campanhas educativas (sério, o sujeito é adulto, se submete a um exame para se provar habilitado para conduzir um automóvel, mas mesmo assim precisa ser “reeducado”!?!). Mais importante que tudo isso, é preciso redesenhar as nossas ruas para que os motoristas não as enxerguem como um autódromo.

Multas inibem a velocidade, mas é o desenho da pista que a impede.

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